Deu na rádio hoje à tardinha nas notícias do interior Que na estância cata-vento faleceu um domador Pois mais tarde o locutor tirou a limpo o sucedido Quem morreu foi o joão da nóca um ginete conhecido Era o primeiro galope do mal la crina enredada O domador vinha chegando pediu por taura a bolada E ali perto do palanque mais ou menos quatro e meia O diabo lhe amadrinhava e a morte agarrou na orelha (2x) Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no pepo (2x) Alçou a perna num maleva deu um suspiro profundo E largou um gritito debochado, se despedindo do mundo Pois mal se afirmou no basto, o pobre do joão da nóca E o potro saiu cavando meteu as mão numa toca Trocou de ponta parceiro se ouviu um estalo de osso E o joão da nóca quietinho tinha quebrado o pescoço No caixão vai suas espora o mango, um pala franjado Também um manojo de crina que ele arrancou do aporreado Agora a radio anuncia a desgraça que assucedeu Repete de hora em hora que o joão da nóca morreu (2x) Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no pepo (2x) Quem morre na legendária são borja, passa defronte a antiga casa do pepo, Em direção ao campo santo