Eu tenho marca e destino de cantor e guitarreiro Num linguajar tarimbeiro sem malícias e sem ofensas Não tenho pilchas dornados, mas amo a minha querência Como se fosse uma parada perfilada em continência Tenho um destino arredio vindo da era remota Nunca pensando em derrota ao se estropiar no caminho Vagando sempre sozinho num trotezito galhardo Sentindo apenas o afago do vento como carinho Cantar o chão onde vivo esta é minha serventia Pois sem minha ideia esguia corcoveia mil cantigas Que desprendendo atrevida entoa com talentono Mais tesa que um rei no trono respeitando uma hierarquia Cantando bem do meu modo que templeia minha mente Surgindo como vertente de uma xucra inteligência Amparando uma aparência conhecida mais de légua Pois trago o cheiro das macegas do chão da minha querência Desta maneira patrício eu levo a vida de peão Trazendo um fogo de chão das grotas do pensamento E evocando sentimento taperas e alegria Que faz surgir sinfonias bordoneadas de lamento Só depois de muita luta é vencida a esperança Como um troféu de lembrança por ter vencido a batalha Que a própria raça se estampa quero morrer qual cigarra Bordoneando a minha guitarra e arrebentando a garganta Bordoneando a minha guitarra e arrebentando a garganta