Balancei as melena e me fui para o açude Só Deus que me ajude não me empanturrá Pirão de mandioca com carne ovéia Pra enfrentá a peleia pro peão aguentá Se acaso me dé uma congestão Não tem nem condução pra pode me levá Caraco de vaca que cousa bagual Pra não fazer mal só Deus é que ajuda A lida pesada gorpeando bagual Por essas estâncias onde a gente madruga Quando a estrela Dalva aponta o sinal Dá de mão do buçal e senta na crinuda O peão que se preza não carrega medo Alevanta cedo e bota a carne assá Traz a recolhida grito pra mangueira Botei as tambeira pro leite tirá Já senta-lhe as garra num chinco veiáco Só pra rangi os casco e vê o mundo arrodiá A vida do peão é a mais explorada Nem a namorada pode visitá Com a pega de potro de bagual criado Que o peão não tem tempo nem pra se coçá Num fundo de campo enfurnado em fazenda Iscuitano lenda dos véio contá Balancei as melena e me fui para o açude Só Deus que me ajude não me empaturrá Pirão de mandioca com carne ovéia Pra enfrentá a peleia pro peão aguentá Se acaso me dé uma congestão Não tem nem condução pra pode me levá (Esta vai pra toda essa peonada das estância Que empurra o Rio Grande no encontro dos cavalos)