(Venho de onde o touro escarva terra dos munchão de curupi Estirpe guapa tupi, cresci seguindo o mesmo rastro Dos meus ancestrais pêlo duro Sou guasca de cerne puro, trazendo o cheiro de pasto Venho de um pago jesuítá Querência de Tiarajú, e me criei de peito nu Bugre do lombo embarrado E garrei as rédeas do mundo, e atorei o Rio Grande afora Desenhando mapas com as minhas espora Na pança dos aporreados Quiseram me farquejar foi melhor deixar, ninguém conseguiu Só quero que entenda sou mais um peão de fazenda Que a pampa bruta pariu O pau que nasce torto Já cresce quadrado e por mas falquejado fica deste feitio) Eu fui parido as avessas por que o bom já nasce feito Trazendo a cruz de Lorena de atravessada no peito No pampa cresci extraviado, tendo o mundo por direito Nos fim de mês eu retoço, nos cabaré da cidade Modéstia parte acho que posso pois sou de maior idade E há anos juntei meus trapos com esta china liberdade (Mais é um caiporismo, lá meu amigo ElóI de Ávila em Santa Rosa) Sou tetéia das gurias lá no meu chão colorado E as véia me fincam a boca, me chamam de excomungado Mas o tianguedo me acham melhor que dinheiro achado Calmo igual água de poço, mas bravo fico um perigo Conheço as manha e feitiço pra o amor que eu apersigo Faço até a filha do diabo se pintar e bailar comigo (Gosto de baile e carreira e do choro da gaita esgrima Do pingo que encilho é melhor do que namoro de prima É desses de pechar um touro e ficar babando por cima Não é meu amigo Salvador Correia?) Por que o guacho quando é guacho até com leite se envenena E a noite por mas comprida eu faço tornar pequena Preu amanhecer embalado no colo duma morena Assim vou aos tapas com a sorte, deste mundo ao Deus dará Não tenho nada na vida, também não quero arrumar Porque talvez se eu tivesse era só pra me incomodar Não posso escuitá vanera sem chacoaiá meu pelego China falsa e caborteira comigo não tem arrego Se uma me nega carinho, trinta me chama de nego Nalguma tasca povoeira quando em vez eu me encambicho No balanço da vaneira, às vezes me oitavo e me espicho Quando bailo aperto a tchanga bem no lugar do rabicho (Vanera velha de bailá c'os pé trocado Na moda velha missioneira, lá no meu São Luís Gonzaga Não é meu amigo Osvaldo Fraga?)