Um quadro torto na parede é meu sinal de protesto E se me mando pra rua você diz que não presto Quantas coisas sobre mim ainda irão surgir Se nem o medo do escuro sequer eu sei se perdi Quieto eu sou um suspeito, se me mexo é errado Meu bairro não tem esquina só por questão de espaço Desses lares que um dia deixei quando vivi Todas as cercas quebradas me permitiram fugir Tarde eu deixei minha mágoa implícita aparecer Os tons escuros guardados que perturbavam você A casa agora em uma mala à procura por abrigo A chuva que cai em turnos leva com ela os motivos Nesse momento em que os dias se vão cedo A cada hora passada sem se render aos apelos Nem me preocupei Se o futuro agora a outro pertencer Permanecendo estático esperando perecer Mas se disso tudo não tirar algum proveito Lembre não será mais eu a reparar seus defeitos Mas se disso tudo não tirar algum proveito Lembre não será mais eu a reparar seus defeitos