Sou rio seco esperando o inverno Eu quis ser terno mas a vida não deixou Sou poeira, sou esse chão de lajeiro Sou um pé de umbuzeiro que ainda não safrejou Sou o sol quente queimando esse chão Calo na mão, sou enxada, sim senhor Sou ribançã, que já avoou Sou terra em brasa, arco-íris sem cor Mas também flor, não só espinho, sou o luar do sertão Eu sou um poço de carinho no meio desse verão Basta que chova um pouquinho pr'aguar o meu coração