Me desculpe, amigo, Mas não quero o desperdício De olhar edifícios, do teu edifício, da tua janela, Mil perdões, companheiro, Mas quero voltar ligeiro Pra terrinha, mãe-gentil, doce aquarela, É difícil dizer, mas eu não gosto de ver Babéis de cimento, armados concretos, desamor, Cidade assim tão fel, Só se for no papel De uma fotografia fria, indolor, É bela, talvez, mas só se for um dia no mês, E que não me acoche e aperte o coração, Sua terra é bonita, disso ninguém duvida, não, Mais linda ainda da janela do avião De volta pro meu sertão, de volta pro meu sertão Onde as auroras não são de luzes e faróis, Onde os neons não roubam nossos arrebóis