Eu, que tinha feito jura De só deixar meu cariri por derradeiro, Contra a vontade, abandonei o meu terreiro, Por que a chuva insistia em não cair Lá deixei meu pé-de-serra, Também ficou um taco do meu coração, O cheiro bom e o luar do meu sertão, Minha alegria e a vontade de sorrir Vim prá cidade grande, No matulão eu carreguei a minha dor, Toquei viola, tornei-me um cantador, Mas sei que um dia eu ainda volto lá Sozinho no meio do mundo, Sertanejo, cabra macho, destemido, Nunca me entrego, mesmo se estou ferido, E não me nego o direito de sonhar Agora canto, posso dizer que sou um caboco de fé, Pelos sertões, estradas de canindé, Onde o campina ao cantar troca de cor, Um dia volto, então eu vou sonhar meu sonho verdadeiro, Vou descansar à sombra do juazeiro E ver de novo os 'zoio' do meu amor Um dia volto, então eu vou sonhar meu sonho verdadeiro, Vou descansar à sombra do juazeiro