Sentada num banco frio, a criminosa Ouvia a cruel senteça que a condenava Por ter matado o amante que sem piedade De seu filhinho querido tanto judiava Enquanto toda a assistência batia palma Surgiu uma voz de criança gritando assim Não prendam mamãe, não prendam, por Deus eu peço É ela que nesse mundo cuida de mim Aquela voz de criança era seu filho Pedaço do amor que ela matou sem pena Mas era tão pequenino que seu lamento Não chegou na alta côrte da lei terrena E hoje junto a cadeia da criminosa Aquela criança vive no desabrigo Chamando, Vem mamãezinha que tenho frio Eu dormir nos teus braços e sonhar contigo Nas grades frias o vento gemendo chega Trazendo a voz comovente de seu filhinho (“Mamãe, mamãe, vem cá mamãe Eu preciso tanto da senhora”) E ela vendo e não pode estender-lhe os braços Para enxugar o pranto de seus olhinhos E entre as crianças pobres abandonadas Aquela criança vive de déo em déo Traído na lei da terra, só com a morte Espera encontrar justiça na lei do céu