É representatividade Tu saca a dualidade De mais um joão sem braço, sem perna pela cidade Pele retinta, passou dos 30 na boca tem um cachimbo Personagem folclore, sitiado no limbo Futuro aposta é baixa, mais um menor peralta Em média é morto aos 20, o CAM nem sente falta Capacidade máxima, mil bactéria em alta Pediu papel e fumo, a entidade em pauta Logo sumiu do mapa, hoje te vi na Lapa Ladeira do São Bento, a Dona Benta chapa Farinha é droga cara, pra ele é queijo e água Dieta exaustiva, cero num come nada Tem Pererê no Pelourinho, pedinte no teu caminho Perneta pede passagem, do pão pede um pedacinho Na Baixa do Sapateiro, queria calçar chuteira Ser craque no Barcelona ou buscar crack na biqueira No país do futebol, seu Christmas não é Merry Nunca ganhou de presente, mas usa a capa do Harry Tia Anastácia revoltada dentro da cozinha Enquanto frita o bolinho pensa não ter jeito Buzu lotado e até o cobra faz piadinha Passagem R$3, 70 graças ao prefeito Ela atravessa a cidade todo santo dia E se pergunta da sua vida quem escreveu o roteiro E quando chega em sua casa no Lobato Espera que o nome do bairro não seja sobre o Monteiro Pivetes fora dos lares, compostos moleculares Garrafada de Campari, em frente à Igreja dos Mares Observados pelo engravatado no carro importado De vidro fechado, com olhar enojado Cabeça, essa porra tá me lembrando um safári Chão de areia, bola de meia Craques batendo uma bola na street Sem santa ceia, caixão, cadeia O crack e o cachimbo já tá no kit Querem que meu povo morra, eu digo: Corra! Mas nunca pra fugir Corra atrás de sonhos Quero pretos ricos e racistas debaixo da lápide Infelizmente é comum Eu sou apenas mais um Tentando sobreviver Me escondendo pra vocês não ver A vida sempre foi pesada Tonelada só pra quebrada Mais um Barnabé sem abrigo E sua pele é um alvo no mundo que eu vivo Quando eu podia correr já me sentia paralisado Me tiraram a perna e mandaram eu correr Pra poder me chamar de culpado Querem escravizar o morro Alienam, tentam roubar o gorro Eu não corro, revido em pipoco O capuz é a mente, é o ouro Que abre o caminho pra mudar Os trilhos dos pretos que a mídia faz Eu confesso: É difícil se pra mim As portas possuem cadeados a mais O cachimbo abre a mente e é da paz Com furacão nos pés, tô sagaz Com a luta de pé e você cai Quero o topo Sai!