Moça do meu sertão Moça, esse teu cheiro De flor de janeiro Moça do céu que desaba No pau da enxada Corta no chão profundo Descalça no mundo De barro se faz Molha de olhar que arrepia De bida vazia À beira do fogão Moça eu não sei tua história Nem seu nome ou inglórias Mas entendo porém Que as marcas que tem Lhe reduzem caminha Lhe ferindo espinhos Lha trazendo aflições Com a boca bonita Passa a ser rapariga Em bordel do sertão Moça de silêncio de fez Inocência talvez Força e imposição Do marido ou patrão Patriarcas severos Donos dos céus e terra A esperança se vai Em um grave não!