Não reparem as flores na varanda Nem a farta colheita na lavoura Reparem neste semblante amargurado Arranchado onde a saudade se acorçoa Tive tudo o que o suor podia dar Lenha boa, casa grande, caminhão Mas o destino me consumiu por circunstâncias Cabresteando meus infinitos grão por grão Vida de rancho, mangueira de pedra É a lira do poncho abrindo cancelas Campeando o sereno daquelas manhãs Que esperei por ela Não reparem o limo da cacimba Nem as léguas de campo aguanxumadas Reparem nestes confins enluarados Alongados onde a razão cambiou de estrada Faltou o mundo pra quem parte sem voltar Falta cancha pra quem finda seu querer Brunindo novas reformas aos horizontes Enrustido em cada novo amanhecer