Chega setembro, repontes de primavera, E a minha terra veste o manto da esperança! Tudo desperta em sorrisos inocentes, Vendo, ao nascente, um olhar de sol-criança! Muitas abelhas que levantam seus enxames! Nos fios de arame o sabiá canta bem cedo! Duas pombinhas reafirmam seu enlace E a vida nasce em cada broto do arvoredo. Chega a hora de semear pelos caminhos, Plantar carinhos onde há ódio contumaz... Um mundo novo, de amor e gente franca, E rosas brancas nos jardins, pedindo paz. Águas correntes que murmuram nos regatos E os verdes matos coloridos por ipês... Vida em família na casinha de um barreiro E o campo inteiro se veste de bem-me-quer. Desperta a noite, repontando as estrelas, Pra compreendê-las sou satélite a vagar... A Via Láctea vem envolvendo a querência E a existência planta amor em cada olhar.