São como bichos selvagens Os filhos que comem Os restos da pátria Virando a lata da rua Do fundo do poço Ao topo do mundo Gente que sente e que fala A língua da fome, das ruas Gente que sabe a verdade Das coisas, dos gestos do rei Velho morto e enterrado No meio da praça Sem graça O ouro roubado de nós Distante de mim e de ti E tão perto daqui