Negro Pra falar de negro Tem que ter conhecimento É história e não momento senta aí que eu vou contar A nossa história vem dos tempos de outrora Em navio tem Europa, África foi gestação Já houve tempo em que era necessário Sem querer ser mercenário Mas irmão vendeu irmão É minha gente Nós sofremos com as correntes Com viagens e chibatas Dormimos sem as mulatas Tendo que se acostumar Chegando aqui Foi por bem nos dividir Virei lenda e saci Mão de obra da nação Na violência Eu virei protagonista Topo de uma estatística onde só morri negão Quer me chamar de crioulo ai ai Que seja de coração Quer me chamar de neguinho ai ai Posso até estender-lhe a mão Se me chamar de moreno aí chamo a sua atenção Já falei que minha pele é preta Minha raça é negra não escondo não