Lá no estado de Minas Num motel beira de estrada Chegou um Jeep meia, meia Num dia de chuvarada Todo coberto de lama Tinha a capota rasgada O motorista do carro Estava sujo de barro Com sua roupa lameada Já estava escurecendo Resolveu fazer pousada Encontrou na portaria Uma dona delicada Disse a ela, eu quero janta E uma cama separada Por aqui vou descansar Não aguento viajar Seguirei de madrugada A dona lhe respondeu Pode seguir a jornada Meu motel é de primeira E de segunda não tem nada Só hospedo tubarão Pobre aqui não faz parada Montei um motel mineiro Pra quem tem muito dinheiro Minha história está contada Ele perguntou pra ela Fazendo um ar de risada Quando vale esta pensão Conforme está mobiliada Quero quinhentos milhões Tudo numa só pancada Sem faltar nenhum cruzeiro Vai em cima do dinheiro A escritura registrada Sou o dono do barraco Vá buscar a papelada Destrancou a fechadura De uma pasta lameada Puxou um cheque visado Deu uma soma dobrada É do banco brasileiro Quero o troco do dinheiro E a pensão desocupada