As vozes do subúrbio Vagueiam na cidade Que arde e abre em suas veias Um canto alto profundo Pandeiro bate fundo Um coro forte e fecundo Ecoa um murmúrio a memória de um canto Num canto da história Poesia e acordes em lamento No verso o desalento É rimado o pregão Num grito infinito pela dor, pela paixão No brilho dos trilhos Composições vão levando emoções Às vilas, aos becos e às favelas O improviso anima a querela E a cidade vai ficando mais bela Bate fundo o pandeiro Canta alto sem temor Ladainha, batuque e oração As vozes do subúrbio São pontos de luz na escuridão