Nasci no campo e cresci no meio da lida bruta Onde aprendi os ofícios que hoje são minha labuta Laçar, marcar e castrar, apartando bois em rodeios Carnear e desmanchar lonca, trançar cordas e fazer arreios Fazer erva no monjolo pra cevar u bom amargo Conduzir bem uma tropa nos corredores do pago Esquilar e fazer alambrado do arame ficar tinindo E destorcer uma cabo de osso numa peleia sorrindo Aprendi tudo no campo na lida me fiz patrão Só não aprendi ainda pealar a tal de paixão Mas se nos campos do amor é xucro meu coração Fazendo as coisas que gosto pra mim tá louco de bom Domar potros e aporreados pra qualquer maula ou donzela Cavalgar de rédeas soltas sem perigar sobre a cela Comandar uma carpeta sem usar carta marcada E me afastar das quarenta com a guaiaca recheada Fazer bufar uma cordeona de arrepiar China casada No osso com a volta e meia só botar sorte cravada Tirar leite, fazer queijo, fazer promessa pra santo Dedilhar bem um violão e entonar bem o meu canto