A tarde ficou pesada Todo o céu se arqueou de chumbo Um raio rasgou o silêncio Mandando água pra o mundo Os pingos caíam forte Encharcado a ossamenta E o santa-fé assoviava Se encolhendo na tormenta Vinha um sinuelo assoleado Babando na tarde escura E os fio iam se sumindo Na imensidão da lonjura A grito e a encontro de cavalo Nós repontava a boiada Que se embolava sestrosa Cheirando a terra molhada Que se embolava sestrosa Cheirando a terra molhada É mango, é berro e espora No meio da chuvarada Só se conhece um campeiro Quando a vida não vale nada É mango, é berro e espora No meio da chuvarada Só se conhece um campeiro Quando a vida não vale nada Um salino aspa de chaira Deu um bufido e se veio Eu atraquei meu cavalo E quase atorei no meio Um boi osco fez a ponta Levando junto uma novilha E a cachorrada saiu Atropelando na coxilha Depois da tropa estendida Que nem carreira em domingo A indiada se boleou n’água Pra aliviar o lombo dos pingos Foram sumindo na estrada Do outro lado do rio O rastro, a água apagou E a tropa, o tempo engoliu O rastro, a água apagou E a tropa, o tempo engoliu É mango, é berro e espora No meio da chuvarada Só se conhece um campeiro Quando a vida não vale nada É mango, é berro e espora no meio da chuvarada Só se conhece um campeiro quando a vida não vale nada Só se conhece um campeiro quando a vida não vale nada Só se conhece um campeiro quando a vida não vale nada Êra boi, êra boi