Os cabra bom de faca Que arrudiava as imediações Bebiam cachaça até o talo Só davam preocupações Todo mundo fechava as portas Com o medo da faca que corta Lhes cortar o coração Os cabra bom de faca Tão perigosos e destemidos Não temiam a quase nada Pois furavam qual quer umbigo Se deles se aproxima-se Sem usar a sua linguagem Do doutor e do sabido Os cabra bom de faca Quem não lembra do rasga cão Furava qual quer cachorro Batia em qual quer cagao Apavorava o povo todo Pra ele não tinha cão solto Que amedrontasse o seu facão Os cabra bom de faca Tinha um tal de cabeça de aço Que bebia todas no bar E afrontava qual quer paiaço Era um terror da redondeza Falo isso com muita certeza Pois presenciei todos os fatos Numa época sem muito lei Os cabra bom de faca Riscava pintava e bordava Batia em cabra com rei Jurava morte a qual quer um Chamavam um por um No murro e no encostei Quando a noite por lá chegava Só se ouvia olha a faca! Dos cabra no bar gritando Quando pra briga alguém chamava Muitas tristezas foram reais Muitos crimes presenciais De mães que implorava Naquela escoridao total A luz era da lua e do cigarro Que iluminava na estrada No olhar brilhante do animal Pois não havia luz elétrica Pois de uma coisa era certa Se alguém peitasse frontal Era o povo todo acuado Trancados em suas casas Observando sem dar um Piu Escutando bem o recado Dos cabra bomzao de faca Bebendo e fumando na estrada Gritando e amedrontando malas Quando o cabra chegava no bar Com a Lapa de faca no quarto Todos já ficavam em alerta Pois muitas vezes era certa Uma confusão um chingamento Que apanhavam feito jumento Por besteiras indiretas Fui criado vendo essas marmotas De cabras fazendo apostas Se da sua palavra duvidasse Se alguém tivesse discórdia De sua vida e passado sombrio Não tinha um alguém que se viu Tantas besteira sebosa Os cabra bom de faca Daquela região que dominava A faca e o suor da cana Todo Zé valente tinha fama Riscava a faca no chão Furava e batia em irmão Com a força na mente da cana A vida não tinha sossêgo Os dias não eram pacatos Cidadãos vivendo assombrados Por tal desrespeito Dos cabra bomzao de faca Que hoje ainda se fala Da fama desses sujeitos Ao passar pelas estradas Muitas cruzes ainda se vê De entes queridos perdidos Muitos deles envolvidos Em brigas confusões banais Restando apenas sinais De violências e corpos caídos Os cabra bom de faca Que muitas histórias se conta Muitos deles ainda dá conta Das besteiras da vida vivida Com um passado todo reimoso Com pesadelos teimosos Que rondeou o indivíduo Futuras gerações saberão Dos rumores desses senhores Que assombração suas mentes Que apavorava muita gente Por lembranças de um tal cangaço Que por muito tempo não teve espaço Quando peitaram um tenente Só restando assim histórias E nem um pingo de glória Pra tamanhas covardias Que aprontavam todo dia Com as vidas de cidadãos Com mortes e sangue nas mãos Pior coisa não se via