Há! Quantas saudades que tenho Daquela velha Mangubeira Sozinha e triste como o tempo Mas firme e forte a qual quer vento Das tardes quentes ao seu leito Sinto fortes saudades em meu peito De seu relento frio ao centro Naquela sombra de paz Eu sentia tamanho amor Corria pra frente, corria pra trás Ali não sentia calor Pois seus galhos eram asas Suas raízes minha casa Meu perfume sua flor A morada dos meus sonhos Numa aventura de uma criança Na face feliz da bonança A gente não sentia medo A mãe natureza era proteção Ainda é grande a admiração Era sem limites seu cortejo Na mais pura da inocência Das fortes chuvas de inverno O barulho era assustador Lá ela como um forte domador Um touro valente brutal Um doce e destemido animal Jamais sentia qual quer dor Aquela velha Mangubeira Debruçada sobre a estrada Protegendo a caminhada Ensinando sobre o amor Mostrando a tranquila paz Cultivando como se faz Plantar e regar o amor Não há quem não respeita Sua história sua dor Nasci vendo a de pé Cresci vendo a com fé Levarei saudades eternas Das sombras frias e internas Que amparava a todo Zé Aquela velha Mangubeira Tão leve era a poeira Rastejavam folhas rasteiras E a gente imaginava qual quer besteira Ao ouvir barulho do vento Que assoprava naquele momento Na inocência criança bobeira É de tristeza profunda É de partir o coração Que nunca alguém ter feito Algum ato de proteção Para manter viva a sua glória Uma centenária história De paixões e comunhão Merecia era muito mais Uma cerca ou um canteiro Pra manter viva e verdadeira Tão grandiosa e majestosa Simbólica grossense de amor Que aos prantos se arrasta Que na morte se alastra Tirando a paz ao seu clamor Aquela velha Mangubeira Que a tantos deu o seu fruto Rendendo o produto bruto Do dinheiro e do produto Centenária árvore da vida Firme forte e valente Vamos gritar forte minha Gente E salvar essa mãe querida Como são incríveis suas lendas Como são belas suas histórias Que rendem muitas vitórias Dos encontros e festivais Das comemorações da escola Das brincadeiras de bola Que não acontecem mais E quando a noite surgia Alguns namorados se via A se encostar sobre sua saia Na espera para a viagem O povo todo se reunia Todos na mesma fragrância Era difícil não fazer relutância De qual perfume sentia Que não seja só uma homenagem Mais a esperança e a paz Para essa guerreira centenária Ao dedicar minhas palavras Que façam mais por sua honra Que lutem protejam em ronda Sua vida com minhas falas Aquela velha Mangubeira Que quase caindo aos chão Mantém firme a história Mostrando a toda hora Aos novos e recém-chegados Que por lá já tem agrado Com valor na sua história Um abraço bem apertado Desse seu fiel filho Desse seu amado amigo Que lhe escrevo humildemente Implorando para toda a gente Que cuidem com mais carinho Desse ninho de passarinho Do meu amado Grossos Que já não faço esforços Pra demonstrar o tanto que sinto