Quando eu quero passear Levanto de madrugada Eu encio a minha besta Das oreia ressabiada Levo um laço em três rodia Na garupa da Dourada Entre o pelego e a baldrana Minha faca respeitada Pra afirmá o porta-lapela Duas barrigueira trançada Um peitorar de mateiro E um par de rédea bordada Um mango de quatro quina Com argola enviesada Um cabo de couro fino Encharruando a cabeçada O meu lenço xadrez Meu chapéu de aba vorteada Na guaiaca trinta bala E a carteira recheada E na bota o trinta e dois E um par de espora prateada Na garupa em quatro tento Minha viola pendurada Minha besta sai andando Pela estrada orvaiada Pisando macio no chão Que nem as onça pintada Vai tremendo a anca inteira No romper da arvorada Quem não aproveitar no mundo Morrendo não leva nada