Na fazenda Bela Vista Vinha eu e os boiadeiro Balanceando uma boiada No Triângulo Mineiro Na frente dos bois mestiço Vinha o Tião Berranteiro Para repicar um berrante No sertão foi o primeiro Nóis vinha cortando légua Com um temporár danado Entremo na estrada funda Com barranco dos dois lado No ribombo dos trovão Caiu um raio do lado E deu num jequitibá Que tombô em riba do gado O gado estorô pra frente E o Tião se viu perdido Arrancô do seu revórve E ouvimo dois estampido Mas seu cavalo rodô Pela lama foi traído O seu derradeiro grito Inda guardo no sentido Não pudemo fazer nada Pra sarvá o companheiro Nos casco dos bois mestiço Deu o suspiro derradêro Antes de juntá a boiada Interremo em chão mineiro O corpo despedaçado Do cavalo e o cavaleiro Nós rezando enfinquemo Uma cruz de angiqueiro Silenciô o grande berrante Do melhor dos berranteiro Inda lá no meu garpão Quando chega os boiadeiro Vê num berrante gravado O nome Tião Berranteiro