Marco o passo nesse chão Herança dos meus ancestrais Guerreiros imortais Dou minha vida por meu grande amor Beija-flor Cantou ao pé da serra, a jandaia Reverenciou guerreira filha dessas matas Negros cabelos ao vento No doce sorriso, o alento Os lábios de mel Mais lindo poema Iracema Virgem consagrada ao deus tupã Candura que beija a flor da manhã Flechou o branco invasor Seu coração arrebatou E o bem-querer fincado no peito Moreno desejo desabrochou E a índia entrega a pureza Seus segredos do amor Prepara o moquem pra aquele que vem A taba de araquém pajé Em seu ritual o sonho ideal Jurema banhou de fé A afeição entre a nativa e o cristão Despertou a fúria tabajara Irapuã seu tacape brandiu Pitiguara partiu em defesa do irmão Lutou nos campos do ipu Venceu e um novo amanhã nasceu Eis o nosso primeiro herdeiro Mestiço, legítimo brasileiro Que hoje canta e dança a te representar Ceará...em ti pra sempre Iracema viverá Em cada grão de areia, em cada cor E na tribo Beija-Flor