De volta à superfície é um artifício de quem tem coragem E se lança à margem evitando que mais manos naufraguem O hip hop é meu tubo de oxigênio Evita que eu siga meu ciclo assim de modo ingênuo Sem querer ser gênio também tenho meus desejos Paz, justiça e liberdade. só me basta os três Terceiro milênio, escolhido: sou sobrevivente De onde spray de pimenta era refresco pra gente Se comparado aos enquadros de um quadro que não muda Os meganhas na ronda, lucrando na miúda Corre a pólvora se o paiol estoura não há quem acuda A revolta daquele que desacata e luta Já ri litros porém litros nunca me fizeram rir Não presto mas presto muita atenção e é o que causa tensão entre os que estão Com a atenção em déficit Boquiabertos na expecta dos royalties E a realidade é que eu não espero só faço a minha Cabreiro, ligeiro, o governo não me financia Polícia, malícia, milícia vicia e alicia E quem leciona lesiona a mente vazia atrofia Sem ser astro fia mesmo sem astra a pé eu chego A tempo de tirar do rap a hegemonia Dos que só gemem no mic ou mia Meu rap não desce macio mas te reanima Tem que lutar Tem que saber O porquê de lutar O porquê de saber Diferenciar o sobreviver do viver Se envolver, desenvolver Uns movimentam milhões outros milhões mal se movimentam Nas ruas mobilizações mas não mobilizam ações que vêm de dentro Dentre os iguais o diferente cai em detrimento Dos que se distraem na redoma do medo Sodoma em coma, gomorra corra Já não somos os mesmos Babilônia em chamas, me chama quem clama Um salmo me acalma á tempo Dalai lama chegaram em delay seus ensinamentos Se cês queriam flow tá aí brô, plow! Rap é mais que entretenimento Avisa lá que eu vou chegar mais tarde No meu tempo mas a tempo de não me tomarem por covarde Sigo atento ao som do momento que invade Mas não vale um sample dos que como eu contemplam o fim da tarde Tem que lutar Tem que saber O porquê de lutar O porquê de saber Diferenciar o sobreviver do viver Se envolver, desenvolver Tá a mercê dos não merecedores, usurpadores Nos deram terreno baldio mas mesmo assim nós plantamos flores E esse vocal, um aparente vadio que já muito viu Mas o vil metal não entupiu essas artérias Histórias de glórias poucas pra narrar com essa voz rouca É que eu faço meu reino mesmo sem as merrecas Enriquecendo o espírito, não acumuleis tesouro Nesse plano (amigo) Mágoas implicam e infectam todo o recinto Como um cancerígeno a queimar no filtro E eu mais me sinto farto, estupefato Dessas fitas que não estão no cd, não cabem no dvd Que faltam proceder Tirem as crianças da sala, levem pras praças Aprecie o ar e aproveite que ainda é de graça Apologia apaga a ideologia se você baba na baga O que eu vejo é pouco fogo pra tanta fumaça Tem que lutar Tem que saber O porquê de lutar O porquê de saber Diferenciar o sobreviver do viver Se envolver, desenvolver