Se a tristeza fosse tanta que permanecesse muda: Então seria pior Ainda há esperança no chorar soluçante, No cantar gritando Nos ombros, como papagaios, carregava corvos E dentro dos lábios o silêncio mudo No peito um cemitério de ex-amigos mortos E enterrar os mortos, desapegar os ossos Confirmava a vida o que é bom: desprendimento Ainda há vontade de andar: o que é bom E embotado nos olhos, O negrume vazava de dentro da carne No peito um cemitério de velhos sonhos mortos Nenhum plano vagava no deserto de sal E num dado momento parecia até que o sol ia nascer E era mais uma estrela decadente No deserto de sal O deserto de sal