Isto é a minha essência, muito mais é a minha história Não te iludas na aparência, porque a aparência é ilusória Não posso ser a transparência, ela é antagónica à glória Sou filha da experiência, irmã da derrota e da vitória Eu não sou forte, queria ser, não tenho sorte, mas queria ter Falta-me porte, pra não sofrer, mais cortes, pra não doer Choro sem ninguém ver, sou fraca, não quero ser E se eu valer muito, diz-me do que isso vai-me valer? Eu tento e cuido, eu juro, mas o meu peito possui-me Com 1000 km de muro, à espera daquele descuido E as feridas que eu curo, eu já tou farta das curar O meu muro tem um furo e eu não sei como encontrar Quero um coração duro, pra ele não poder quebrar Aqui não há lugares seguros, tento enfrentar a dor Não há nada de puro, preto e branco são as minhas cores Por mais que me segure, o meu inimigo chama-se amor Refrão: Construída devagar, Passo a passo construída Tenho marcada nela cada cicatriz da vida Forte e bonita, quem a pisa cospe em cima, Ela é discreta, descarada, não dá a alma, mas dá a cara. Construída por todos os que passaram, Os que foram, os que ficaram É a defesa para a lágrima Ela corre e não pára, não há coroa sem cara Diz bom dia à minha máscara Não tento ser o que não sou, eu sou é tudo isto Eu nunca sei pra onde vou, resisto e não resisto Se não valer a pena não tou, mas já me feri nisto Digo não vou, não tou, mas abraço o mesmo lixo Precisava da palavra certa, à hora certa, sem falhar Ter a atitude correcta, não ficar e só bazar Queria ser mais esperta pra escutar sem acreditar Quando amas não acertas, então beija sem amar A solidão não é um castigo, é um modo de estar na vida O meu quarto sou eu comigo, dá-me um inicio sem partida Contigo não sei… Contigo jamais Comigo tou bem… Tás um bocado a mais. Nunca fui, não quero ser, igual aqueles iguais Sou a razão do meu viver, o que tu pensas é demais Demência é morrer, sem tentar, por isso tenta E se o poder está na aparência do poder, só aparenta. Refrão