Cada dia menos intenso O tempo escreve as marcas na cara Cada pêlo branco é um evento Suscinto, que nunca para O tempo pinga lento Cada grão de areia Em contagem regressiva Até uma outra estação Não deve ser tormento Pra quem bebeu a vida À largas bagas Saúde então A perfeição se deforma E a experiencia lhe estende a mão A um passeio pra longe da fonte Narciso nem sempre é verão A confrontar Sentado na varanda A observar tanta juventude Remake do último filme prestes a acabar Envelhecer É uma arte e combina Com páginas cheias Todos os dias Sem esquecer Nem perder e ternura Enquanto o sangue correr Vai ser uma loucura