A seca tem a cara feia da morte O sol é forte e queima nosso chão Espalha o medo, muita dor e sofrimento Tudo é lamento, tormento e destruição A casa velha cheia de gente faminta Tanque limpo e até o sisal murchou É tanta sede e já não tem mais nada verde O pobre ta comendo o pão que o diabo amassou Oi, oi, oi! Morre vaca e boi Bezerro já se foi Haja sangue de barata Seca ingrata que mata! Agua só nos gravatás E nas casas dos homens de gravatas O Deus do sul é o mesmo Deus do norte Só que a morte é muito viva nessa terra Consome tudo e nos entrega a propria sorte A seca é obra de arte do Senhor da guerra Os urubus passeiam sob os cadáveres É o retrato em preto e branco da miséria Na minoria que exerce os poderes Ainda precisa de muita gente séria