Quando eu me lembro me bate a saudade Do tempo que eu era uma criança Quando eu brincava com o meu irmãozinho Tempo que não volta da minha infância Da nossa casinha velha de madeira Que nos protegia da chuva e do sol... Tinha um tapete que era minha cama E minha coberta era um simples lençol Lembro das panelas todas amassadas E de uma chaleira em cima do fogão Esquentando a água pra mãe me dar banho Em uma bacia que havia no chão A luz que existia era longe dali Tudo o que havia era um lampião... Não tinha progresso que esses de hoje Mesmo assim a vida era uma diversão Eu sempre acordava com o galo cantando Mamãe me chamando pra tomar café Tudo o que eu comia eu agradecia Mamãe se orgulhava que eu tinha fé A minha pobreza ensinou tantas coisas Que hoje eu levo aonde eu vá... Eu tenho um deus que é maravilhoso É a maior riqueza que eu pude alcançar Aquela casinha velha de madeira Virou reciclagem do nosso progresso Só restou lembranças de uma vida dura Que papai deixou pra buscar o sucesso E com a saudades da minha infância E dos meus amigos de tempos atrás... Daquela casinha velha de madeira E das brincadeiras que não voltam mais