Na cidade não tão maravilhosa Fazia da rua a sua escola Aprendendo a viver sem reclamar O moleque era safo e bom de bola Sorriso no rosto e na viola Uma penca de sambas pra cantar Na mureta, pixado o pensamento “O povo que trabalha não tem tempo Pra enriquecer ou pra sonhar” Mas na falta a revolta só aumenta Nem mesmo a cabeça boa aguenta A desordem e o caos desse lugar Sem querer recorreu a velha história Guardou o sorriso e a viola Saiu pra escola e foi roubar Na primeira pegou um bom dinheiro Ajudou a família o mês inteiro Viu até sobremesa no jantar Na segunda quebrada foi difícil De assalto, beirando o precipício Teve que correr pra se safar Na terceira, deu ruim foi pra DP E o moleque sem ter o que fazer Começou a rezar pra se salvar Dessa ferida certeira Resta um corte temporal De origem duvidosa E caráter desigual Tão temido e trapaceiro Alicerce do poder Faz maldade com dinheiro E pro povo parecer Que o calor da cidade é passageiro