Arrumar a casa Fogo nos porões Renascer das cinzas Do cinza desses dias Eu gosto é de gente que tenha feridas Estoque de erros e de despedidas Gente que sabe do gosto sofrido E sorri Esse é um ano que quando passar Eu sei vou dizer que foi bom de acabar Mas que prazer que me deu Que me dá terminar Acabou a festa Acenderam a luz Não tinha ninguém do meu lado Eu só via eu Preso naquele esplendor, naquele clarão Foram-se anéis e os medos Restaram as mãos Eu vou fazer uma seresta pra mim Vou ouvir minha voz Vou cantar pra subir Que é pra quando eu chorar Me lembrar do que vivi Abaixar a guarda Aguardar o Sol Descansar as mágoas Colorir a dor Eu gosto é de gente que tenha coragem De dizer adeus, de curtir a viagem Gente que tem a vertigem de saber seguir Eu gosto é de gente que tenha feridas Estoque de erros e de despedidas Gente que sabe do gosto sofrido e sorri