Ó moças de Bencatel, Não vos zangueis se vos ralho: Muito amor, pouco trabalho; Pouco trigo,muito mel; - Fiai-vos no que vos digo E não fiqueis mal comigo, Ó moças de Bencatel - Para vós, para a lavoura, Tomais tento, melhor fora Muito trigo, pouco mel. Vejo terras de pousio, Que andaram sempre lavradas, Todas cobertas de flores; Mais quando chega o frio E passarem os calores, E as chaminés apagadas E as camas sem cobertores, Mal irá ás namoradas E pior aos lavradores. Funçanatas e derriços. Cantigas e pasmaceiras, Fazem fugir aos serviços Abarrotados de mel E estão desertas as eiras, Ó moças de Bencatel.