Abro a boca fecho a boca não digo nada a ninguém não me interessa quem em toca nem abro a porta a quem vem Fico num canto a roer as unhas do desespero não vale a pena bater não abro porque não quero Gostava, isso sim, gostava de ver crescer neste nada uma semente de lava em olhos de água parada De modo que fico ao espelho vendo o que a vida me fez e ou bem que fico velho ou bem que nasço outra vez