Vitorino

Confissões (Nunca Fui Além)

Vitorino


Nunca fui além 
Do a noitecer em mar de bruma 
Ingénua paz do dia 
Deixa o sobressalto 
Sonho de espuma 

E se a brisa for 
Vento sem Norte a todo o pano 
Vai a bom porto 
Vai barquinho de papel 
Do desengano 

Se este meu braço forte 
Não fraqueja no momento 
Espada cintilante 
Acerta o golpe 
Solta o veneno, cai ferrão 
Cobre-me luz da Lua 
(fada benfazeja) 
do escorpião.