Vitorino

Ana II (Homenagem a Jorge Sena)

Vitorino


O mar não é tão fundo que me tire a vida 
Nem há tão larga rua que me leve a morte 
Sabe-me a boca ao sal da despedida 
Meu lenço de gaivota ao vento norte 
Meus lábios de água, meu limão de amor 
Meu corpo de pinhal à ventania 
Meu cedro à lua, minha acácia em flor 
Minha laranja a arder na noite fria