As sombras que me rodeiam Virão um dia cegar-me Seus vultos lentos e escuros Incitam mudos alarmes O vidro das ampulhetas Espelha as sombras que sinto Na luz que aos poucos se afasta Perdida em meus labirintos A mão que empunha o destino E entre as sombras passeia Derrama sobre meus olhos Negros punhados de areia Um tigre manso e selvagem Nas cores forja o oposto Enquanto garras de sombra Insere contra meu rosto A noite áspera e longa Põe vendas em minhas vistas E em suas sombras perenes Me aflige e me conquista A mão que empunha o destino Punhais de sombra me entrega E me reflito, impassível Em suas lâminas cegas Print Friendly and PDF