Nas águas claras do dia À sombra dos cereais Manhãs de trigo e de vinho Lembrando o passado e a paz O gosto e o frio da aurora O cheiro macio do pão E eu penso no frio que agora Habita o meu coração Nos muros, nos olhos do povo habita a mesma tristeza Porque os braços de ferro Nos prendem como represa Não sabem ainda não É que na minha terra Um plano acima do chão Sopra uma brisa ligeira Ah, mas eles não sabem Que vai virar viração Amigo guarda tua mente Bem viva atenta e sem medo Que a hora certa e precisa Virá mais tarde ou mais cedo Explica a teus filhos pequenos Que é dura e longa a viagem Que a dor, a madeira e o tempo Não dobram um coração selvagem.