Meu verde vem brindar a aurora Manhã que o sol insiste em fecundar A língua da raiz em mim aflora E a poesia encontra um habitat No nadifundio ô!, um mundo despertou O deslimite é libertador No olhar vagueio da janela Vejo como a vida é bela na "linguagem matinal Dos Guatós, Guanás e Guaranis No feitiço de terena e o perdiz Vai repousar na paz Com os caracóis e os aguapés Se embrenhar na mata de Bernardo Pra regar o mar de Xarayés O menino virou pássaro cantor À sombra de um amigo cambará Numa árvore de asas "avoar" E coisificar o amor Colorindo as águas, veste o pantanal E segue dono do quintal Forte destemido, leve como a flor O herói, bandarra, tocador Senhor! Abençoa essa gente Que não cansa de ter fé Sob o manto do arrebol E hoje abraça com alegria e confete O menino de quarenta e sete É o povo de Madureira Pedindo à santa pra abençoar Chegou nossa hora! Sacode a poeira! O Império vai passar!