Vitor Amorim

Num Horizonte de Crinas

Vitor Amorim


Tranco largado na estrada, feito ponteiro de tropa
Coruja que ronda a toca com olhos de lamparina..
Segredos da triste sina nas madrugadas de outrora,
Cadentes benzendo esporas num horizonte de crinas..

É a mostra de liberdade, como um galope no vento
Que paira manso ao relento na mesma brisa gelada,
Deixando a alma lavada na face oculta das horas
E o campo bruto que chora numa macega orvalhada..

A rédea chata ponteada, sovada ao longo dos anos,
Se atora junto ao paysano no ciclo que ronda a vida..
E a taipa, longa e comprida, no rumo de um corredor
Põe vida ao arreador, ritual de tropa na lida..

O velho rito sagrado que borda o casco na estrada
E aquela linda mirada que serpentiava encordoado,
É a nostalgia que trago, dos tempos de antigamente,
Ficando a poeira pra gente e as marcas de algum rodado..

A rédea chata ponteada, sovada ao longo dos anos,
Se atora junto ao paysano no ciclo que ronda a vida..
E a taipa, longa e comprida, no rumo de um corredor
Põe vida ao arreador, ritual de tropa na lida..