Tô injuriada com tanta covardia desses caras Invadem a quebrada toca terror e nunca para Só se ver mãe chorando a todo instante sem parar Cada dia que passa é mais um jovem pra enterrar Se pá deixa pra lá, é só mais um e o que é que há? Tô falando da favela é da quebrada de s.a Se chama o camburão vem também o rabecão E passa na TV como guerra de facção E o preto da favela que já é discriminado Morre inocente e ainda sai como culpado Lei sem volta de retorno me parece é labirinto Preto no xadrez ou de refém se tiver vivo Melhor pegar visão não tô falando de bandido Eu tô falando é de crianças que já crescem no perigo Melhor pegar visão não tô falando de bandido Eu tô falando de crianças que já crescem no perigo Atiraram, (atiraram) atiraram o pau no gato E o gato, (e o gato?) e o gato não viveu Dona Chica, (dona chica) dona chica admirou-se Fez enterro sem dinheiro do gato que já morreu E dona chica é o caralho, sai daqui seu arrombado Viciado por viciado vocês também são o gato Tia Neide dona Lurdinha dona Sul e dona Maria Todas elas eram chicas e você com ironia Pegaram o gato e atiraram, atiravam pra caralho Pena de morte pra esse gato e ele não vai mais miar E é assim o dia a dia da nossa periferia Ruas sangrentas e mortes frias ainda me pedem pra parar Me acusam de apologia, nós sofre é do mal de algia Se é benegrip ou coristina essa bandeira vai rasgar Me acusam de apologia, nós sofre é do mal de algia Se é benegrip ou coristina essa bandeira vai rasgar Atiraram, (atiraram) atiraram o pau no gato E o gato, (e o gato?) e o gato não viveu Dona Chica, (dona chica) dona chica admirou-se Fez enterro sem dinheiro do gato que já morreu