Virginia Maestro

Soy Tu Aire

Virginia Maestro


Soy tu aire 
Soy de agua 
Hago surcos 
Pequeñitos 
En la cera Derretida 
De tus ganas 
Y voy entrando poco a poco, muy poquito 
En tus cosquillas 
Me acomodo, te incomodo, pa que rías 
Y me cuelo en este enredo sin llamar 
Sin avisar 
Soy tu aire 
Soy tu agua 
Te me bebes 
Te atraganto 
Me respiras 
Te salpico 
Te me tragas 
Y me entretengo, juego un rato en tus recuerdos 
Me los pongo en mis enaguas 
Hago trizas tus lamentos, creo fantasías locas 
Y confundo tu memoria con la punta de mis besos 
Soy del aire 
Soy del agua 
Soy del aire 
Soy del agua 
Vuelo libre 
No me ates 
Que me escapo 
Entre medio 
De tus dedos 
Impasible te convierto lo imposible en impensado 
Y construyo en lo inseguro 
Un futuro improvisado 
En que uno y uno no hagan dos 
Y los demás estén de más y ya no sean nadie 
Soy tu aire 
Soy tu agua

Sou seu ar
Sou sua água
Faço riscos
Pequeninos
Com o giz de cera derretido
De suas vontades
Eu vou entrando pouco a pouco, muito pouco
Em suas cócegas
Me acomodo, te incomodo, para que rias
E meu pescoço, nesta bagunça, sem chamar
Sem avisar
Sou seu ar
Sou sua água
Você me bebe
Te engasgo
Me respiras
Te espalho
Você me engole
E me distraio, jogo um pouco em suas memória
E as ponho em minhas saias
Faço em pedacinhos seus lamentos, creio em fantasias loucas
E confundo suas lembranças com a ponta dos meus beijos
Sou do ar
Sou da água
Sou do ar
Sou da água
Vôo livre
Não me impeça
Que eu escapo
Pelo meio
De seus dedos
Impassível te transformo o impossível em impensado
E construo no inseguro
Um futuro improvisado
Em que um e um não sejam dois
E os demais estão fora e já não são ninguém
Sou seu ar
Sou sua água