Uma cama Um rosto Uma figura que chama Um cigarro já sem gosto A lembrança da não-lembrança A saudade que não se conhece Ao espelho O som do tempo pede cobrança O som do tempo pede cobrança A vontade de não ter vontade Afinal É verdade O som do tempo pede cobrança O som do tempo pede cobrança Muda a música, fica o som Surge a luz, mas perdida As cartas mandam no tom O copo, se mau ou se bom Mostra a direcção Mostra a descida Os dados ilustram a mesa Pedindo meças à ressaca São histórias de despesa Lábios que deixam marca Um tumulto à saída Um berro, outra discussão Um choro, uma partida Uma volta, um perdão Uma maratona de escadas Um vão, um vómito Uma mão segurando, uma vez mais A cabeça Um quarto cheio de nadas Uma cama, dois corpos nus Sem cais Os dados ilustram a mesa Pedindo meças à ressaca São histórias de despesa Lábios que deixam marca Um tumulto à saída Um berro, outra discussão Um choro, uma partida Uma volta, um perdão O tédio desgasta, corrói, mói O tédio ata, o tédio mata O tédio dói! O tédio ata, o tédio mói!