No silêncio do quarto Respira o escuro As voltas ao colchão O pensamento farto Mas puramente cru É aquela visão! Invade um sonho sem pedir Preenchendo o breu Traz no sorriso a nudez De quem deseja sentir O inferno e o céu De uma só vez Inês! Inês! Inês! Teu nome estala a memória E rasga o peito! Inês, és fogo, mas não vês Não sabes, mas és história Poema, com defeito Mãos que se usam Suores que afluem Carnes que se misturam Ideias que se abusam E poluem o ar que procuram Inês! Inês! Inês! Teu nome estala a memória E rasga o peito! Inês, és fogo, mas não vês Não sabes, mas és história Poema, com defeito Não há dor nem mundo Há só aquele lugar E aquele momento sem hora Contudo, em não rotundo Acerca-se o acordar Do agora, agora! Não há palavra solta Nem fio há, nem novelo Mas há laços Sabe-se lá com que volta Beijos, lábios e cabelos Envolvidos em quatro braços