Já que hoje é sexta fêra Dia treze, lua cheia Preste muita atenção. Vamo contá só verdade Pra sua felicidade Ouve bem essa lição. Custurá rôpa no corpo Vesti ela dos avesso Ou chinelo imborcá. Espaná teia de aranha Barrê a casa de noite Tudo isso faz muito má. Hoje é treze sexta fêra Hoje é dia de azar. Se arguém passá bassôra Nos pé de moça sortêra Ela nunca vai casá. Se perdê as aliança Ou casá no mês de agosto Só desgosto vai levá. Pisá no rabo de gato Passá na frente de enterro O mió é se cuidá. Passá na frente dum padre Sem antes cruzá os dedo Nada mais certo vai dá. Hoje é treze sexta fêra Hoje é dia de azar. Minino brincá cum fogo Na certa mija na cama Se batê na mãe, coitado. Fica sem anjo da guarda Se a mãe fô discuidada E deixá durmi pelado. Ai de quem matá urubu Passá pru baxo de escada Ou um ispêio quebrá. Pode começá tê medo Porque é bem logo cedo Que as coisa vai piorá. Hoje é treze sexta fêra Hoje é dia de azar. Agora falo dum trem Que num sei se me convém Porque a bruxa é um furacão. Ela é que nem mandioca Pois se existe arguma boa Tá enterrada no chão. Tô falano é da sogra Venenosa que nem cobra É memo de arrepiá. E se ela acordá cantano Pode fazê penitência Que azar pió não há. Hoje é treze sexta fêra Hoje é dia de azar.