Cabáro de decretá, Quem sô eu pra contestá? Que os dia uma hora antes Agora há de cumeçá Eu não quero ser do contra, Os hômi sabe o que faz, Mas, dotô, eu não dô conta, Esse trem é ruim demais. I Pra argum trem deve tê sirvintia Esse tar horário de verão, Nóis não briga, recrama, nem chia, Mas o corpo não bedece não Eu num tô cum pingo de sono, O relógio me manda dormí; Diz que é hora de sentá no trono Só que o trem não qué saí Cabáro de decretá, Quem sô eu pra contestá? Que os dia uma hora antes Agora há de cumeçá Eu não quero sê do contra, Os hômi sabe o que faz, Mas, dotô, eu não dô conta, Esse trem é ruim demais. II No trabáio só chego atrasado, Já perdi minhas credenciais. É que o galo não foi avisado, Quando canta já é tarde demais. Fui tentá carinhá minha muié Ela disse: - Nem vem! Vê se pára! No escuro vai bem cafuné, Não com sol me bateno na cara! Ai, patrão Trem lascado, horário de verão Um dia arguém mais moderno Acaba inventano o horário de inverno. Cabáro de decretá, Quem sô eu pra contestá? Que os dia uma hora antes Agora há de cumeçá Eu não quero sê do contra, Os hômi sabe o que faz, Mas, dotô, eu não dô conta, Esse trem é ruim demais. De manhã tá tudo escuro eu gasto o lampião de gás Mas, de noite, economizo energias... sexuais