Ouvi dizer que tudo aquilo que anda É de lei que um dia há de se deitar Ouvi dizer que tudo aquilo que fulgura Indubitavelmente irá se apagar Seja com o vento ou pelo sopro de um gigante Coração sempre pulsante nunca há de se acabar É o que dizem do destino, rumo incerto, imprescindível E oscilante de um marujo a navegar Eu me pergunto se há resposta Pra questão que não tem fim Se o que vejo é só a sombra O que é que há dentro de mim? Se em minha mente cabem mundos Tão distantes e infinitos Só me resta ser o elo entre esses dois Pode até ser só devaneio Deste louco, imundo, cego Surdo e mudo que só vive pra cantar Se é verdade o que disseram Pra onde é que eu vou agora Sendo dono de uma história Que nem chegou ao seu fim? Tenho que dar adeus a todos Os desígnios do pior que há em mim Já me despeço pois é hora De fitar o horizonte E partir rumo ao caminho Onde o Sol nunca se põe