Enquanto cevo meu amargo Afloram meus pensamentos Com a ânsia que sopram os ventos Minha inquietude nos versos afago Na poesia, mais que um gole de trago Reponta a paz de meus sentimentos Hora de aprender com lamentos Mas as lições que ensina é o pago Enquanto mateio pensamentos Cismo nas coisas que me habitam E no velho peito, palpitam Sinto em mim as amarguras São notas, sem sinal de doçura Visitam e judiam minha consciência Mas só eu, que tive querência Sei o que dói a saudade madura Então, volto ao meu mate E vejo refletido a armadilha Os cabelos já da cor tordilha Vejo que o tempo levou A mocidade e nem me contou Que junto perdi por não ver Minha vida nos dedos escorrer E hoje o vazio só restou Só restou, só restou, só restou O vazio só restou Só restou, só restou, só restou O vazio só restou Declamado Mas sei que é bem assim O que é bom se termina Assim como todo mal É um ensinamento bagual Que me lembro toda vez Que mateio com altivez Nos aperos do meu ancestral Então, volto ao meu mate E vejo refletido a armadilha Os cabelos já da cor tordilha Vejo que o tempo levou A mocidade e nem me contou Que junto perdi por não ver Minha vida nos dedos escorrer E hoje o vazio só restou Só restou, só restou, só restou O vazio só restou Só restou, só restou, só restou O vazio só restou