O flete dos meus sonhos, bate casco pede arreios Pra cavalgar de rédeas soltas, na tropilha dos anseios Vem espantar o meu sono e transformar-se em canção Vem espantar meu sono e transformar-se em canção O flete dos meus sonhos, bate cascos, pede arreio Pra cavalgar de rédeas solta, na tropilha dos anseios Pisa as estrelas na fonte, onde bebem os vagalumes Nas madrugadas de orvalho, correndo saltando tapumes Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu Meu flete cabresteia, não aceitando o freio Que pra repontar a saudade, já basta o peso do arreio Galopa em disparada, cruza a invernada da vida Procura um Galpão Crioulo, na busca de uma guarida Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu Declamado Ouço o trote do flete no brete do pensamento Trazendo mil regalos, lembrando amores passados Quantas juras de amor, nas vertentes das cacimbas No transbordar das moringas, esquecidas pelo tempo O vento xucro desponta, na linha do horizonte O baio sacia a sede nas águas claras da fonte Vai lamber o sal do tempo e seguir rumo a coxilha, pra se livrar dos arreios Que amanhã é outro dia Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu Vai flete, vai flete De rédeas soltas ao léu