Eu vi de tudo, falei tudo e não pensei na vida Falei demais por ser real e discordar, né firma? Surgiu o novo flashback, tudo tem mistério Pouco reflexo na favela, o final sem mérito Cresci moleque ligeiro, sem trampo e vadiagem Cidade livre na cabeça, embarca as viagens Mas me virei com tudo isso, apurei o instinto Sonhei com o cano lá no forro e não manchei o livro Foi caminhando que trilhei o meu percurso, cara Sem ativar minha ganância para grana alta Vi muito louco, rato cinza, muitas falsidade Permaneci no ponto alto CEI em detalhes Puteiro aberto, fumaceiro, cheiro da loló Desgraça é pouca pra quem vive no lança ou no pó Alguns momentos esquecidos, louvado em milagre Filho de Deus e sem caô, tem que ralar cumpadi Ceilândia na cena, viela, expansão Onde fiz a minha história, meu irmão Se liga irmão, só os fortes sobreviverão As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não Firmão vou viver, firmão vou viver E quem é forte basta crer. A cada ano, a cada dia, mais leões sem grade A cada aperto, a revolta e o seu pai? (-Quem sabe) A mãe guerreira, pouca infância, muito rala trava Muitos irmãos em um barraco, aqui o chicote estrala Pulverizaram a esperança em cada esquina fardas Muitos soldados pouca idade, a pivetada emplaca Se o veneno destilado neste copo mata Faço minha parte, sem ligar pro tal destino, a vala Só pilatragem, pouca liga, pouco papo reto Firma, faço tudo pra viver defendendo meu teto Mesmo no esgoto, muitas provas, sobrevivem o fortes Ser um canalha ou sujeito, Japão, olha o bote Longe da pedra, dos sem sono, eu vou Madrugada, horror, vê se respeita, malandro morô? Mas tô ligado, quem vacila escapa Quem é folgado chapa, e a tristeza levando à desgraça Ceilândia na cena, viela, expansão Onde fiz a minha história, meu irmão Se liga, irmão, só os fortes sobreviverão As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não Firmão vou viver, firmão vou viver E quem é forte basta crer Um ciclo interminável, violência sem sentido Tudo começa no tal boteco, e termina no abismo Hoje tem guerra, tênis novo manchado de sangue Whisky falso, fuleiragem, esquina bang bang Quadra sinistra, som de funk, shortinho, doninha Escola é ponto pra olheiro que vende farinha Cadê o sentido disso tudo, me perdi na causa Cadê o tal do prometido, ai fulano fala? Não sei de nada, o silêncio é a lei das ruas Falo o que vejo, e não cagueto o quanto fatura Cordão de ouro, o relato de quem tem mistério Carro filmado é o bonde, Ceilândia em progresso O som no fim da rua, é a cara tudo a milhão Quem é careta tá de bode, descansa irmão A rua é suja pra quem tá de fora, acorda, bora Quem não é cria, pode crer, na Ceilândia não cola Ceilândia na cena, viela, expansão Onde fiz a minha história, meu irmão Se liga, irmão, só os fortes sobreviverão As luzes da cidade escura não ofuscam o meu brilho, não Firmão vou viver, firmão vou viver E quem é forte, basta crer